Sabia que a medição da gordura corporal com recurso às balanças de bio-impedância (disponíveis em lojas de material médico e algumas farmácias), embora apresente menor fiabilidade comparativamente a outros métodos mais sofisticados, pode ser bastante útil para perceber as alterações do corpo ao longo do tempo? E que os indicadores de saúde associados à gordura corporal não estão apenas relacionados com a sua quantidade mas também com a forma como está distribuída?
RITUAL: Estabeleça rotinas de medição da sua gordura corporal e da forma como está distribuída. Recorrer mensalmente a uma balança de bio-impedância para conhecer a percentagem de massa gorda e a uma fita métrica para verificar a circunferência da cintura são bons exemplos a adotar.
É do conhecimento geral que o excesso de gordura corporal é um grave problema de saúde pública, em virtude de estar associado a várias doenças crónicas que não afetam apenas o bem-estar físico como também o bem-estar psicológico e social. Mas nem só a quantidade total de gordura se relaciona com o estado de saúde. A forma como a mesma se distribui pelo corpo é também um importante fator a ter em conta: menor acumulação de gordura no tronco, nomeadamente na região abdominal, está frequentemente associada melhores indicadores de saúde.
Da mesma forma, uma quantidade reduzida de gordura no corpo também não é saudável. Entre outras funções, os lípidos corporais contribuem para a formação das novas células e para o normal funcionamento do sistema nervoso e reprodutor, armazenam muita da energia que necessitamos, fornecem isolamento térmico e estão envolvidos no transporte e armazenamento de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K).
Por estas razões, a medição da gordura corporal e a análise da sua distribuição corporal são procedimentos que complementam a classificação do nível de peso e obesidade obtida com o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Podemos enumerar vários métodos de avaliação da composição corporal, que diferem entre si de acordo com as bases teóricas sobre as quais são elaborados e consoante os seus procedimentos metodológicos. Alguns deles são mais precisos, mais dispendiosos e utilizados com maior frequência por profissionais que efetuam prescrições nas áreas de nutrição e atividade física, enquanto outros são menos rigorosos e mais frequentes em ambientes não profissionais.
Ainda assim, a utilização destes últimos (p.ex. através das balanças que analisam a composição corporal, calculando a massa gorda, a massa magra e a água) pode ser bastante pertinente em casa, especialmente se utilizados nas mesmas condições (p.ex. pesagem e cálculo da percentagem de massa gorda sem roupa e ao acordar).
A CONSIDERAR:
-
Meça a sua circunferência da cintura uma vez por mês, em casa, e registe o resultado, procurando manter um valor inferior a 102 ou 88 cm, consoante seja homem ou mulher. Este procedimento permite avaliar de forma fiável, fácil e extremamente barata a gordura menos saudável (depositada na região interior do abdómen).
-
Se gostaria de conhecer e acompanhar regularmente os valores percentuais da sua massa gorda, pondere adquirir uma balança que determine a composição corporal (balança de bio-impedância), disponível em muitas farmácias e lojas de material médico. Ainda que sujeita a erro, se mantidas constantes as condições de avaliação, terá uma perceção aproximada das alterações verificadas.
-
Se realiza a análise da sua composição corporal com recurso a uma balança de bio-impedância, atente nas seguintes dicas: não realize exercício físico intenso nas 24 horas que precedem a avaliação; procure realizar a avaliação sempre à mesma hora (p.ex. ao acordar) e em jejum ou com privação de alimentos e bebidas nas 3-4 horas antes; não ingira diuréticos nem bebidas alcoólicas nos dias que antecedem a avaliação; retire os adornos metálicos (p.ex. pulseiras e fios) antes do teste.
-
Procure manter uma percentagem de gordura entre 10% e 25% se for adulto do sexo masculino, e entre 20% e 35% se for do sexo feminino. Valores fora dos intervalos mencionados são regra geral pouco saudáveis. Se for atleta ou fisicamente ativo, poderá ser normal e aceitável ter uma percentagem de gordura mais baixa. Em pessoas mais velhas, a avaliação por bio-impedância está sujeita a um erro maior.
-
Consulte um fisiologista do exercício, um nutricionista ou um dietista se pretende conhecer com maior rigor a sua composição corporal. Tornar esta dica uma rotina anual ou mesmo semestral, pode ser um bom princípio a seguir. Será também interessante comparar as avaliações detalhadas elaboradas ao longo dos anos. Quem sabe não tem aqui uma excelente ferramenta para estabelecer uma associação entre as alterações no seu estilo de vida (p.ex. mudança de trabalho, mudança de residência, frequência do ginásio, …) e a sua composição corporal?!
Image courtesy of Clare Bloomfield / FreeDigitalPhotos.net