Sabia que a obstipação é mais frequente nos idosos, nas crianças mais novas e nas mulheres grávidas? E que o tratamento conservador, baseado na melhoria dos hábitos alimentares e no aumento do nível de atividade física, é muitas vezes suficiente para eliminar os sinais e sintomas desta doença intestinal?
RITUAL: Aumente o consumo de alimentos com alto teor de fibra, como os cereais integrais, as leguminosas, as frutas, as hortaliças, os legumes e as sementes, facilitadores do trânsito intestinal.
A obstipação, também designada por prisão de ventre, é uma das doenças intestinais mais comuns nas sociedades ocidentais, que se caracteriza pela dificuldade constante ou esporádica de evacuar as fezes. A este fenómeno está geralmente associado o aumento da consistência das fezes e a redução da frequência da sua emissão (o padrão normal pode variar entre 3 vezes por dia a 3 vezes por semana), bem como o desconforto abdominal e a dor na região lombar.
Entre as razões que mais frequentemente despoletam estes sinais e sintomas, encontram-se a alimentação pobre em fibras, a ingestão precária de líquidos, o sedentarismo, o stresse negativo e o hábito de reter voluntariamente as fezes por tempo prolongado.
Embora a terapia farmacológica seja bastante eficiente, a primeira abordagem do tratamento da obstipação deverá passar pelos métodos não farmacológicos. Ingerir uma quantidade adequada de fibras alimentares (especialmente presentes nas leguminosas, cereais integrais, frutas, legumes, vegetais e sementes), aumentar o consumo de água e de alimentos líquidos e manter um estilo de vida fisicamente ativo permitem um melhor trânsito intestinal. Atente nas considerações que se seguem e livre-se de embaraços.
A CONSIDERAR:
-
Aumente o consumo de leguminosas, cereais integrais (p.ex. a aveia, o centeio e o arroz integral), sementes (p.ex. sementes de abóbora, linhaça, sésamo, girassol ou papoila) e seus derivados pouco refinados (p.ex. a broa de milho, o pão de centeio e de sementes, e de forma geral, o pão mais escuro e pesado), todos eles ricos em fibras e também em outros nutrientes importantes.
-
Aumente o consumo de hortaliças, legumes e fruta, especialmente aqueles que têm cascas, sementes ou caules comestíveis.
-
Escolha a sopa como prato de abertura das suas principais refeições (ou como refeição principal!). Conseguirá um ótimo aporte de água e de fibras, ambos importantes no combate à obstipação.
-
Procure ingerir 2-3 litros de água por dia; 1-2 litros em forma de líquidos (p.ex. água natural, chás frios (sem açúcares) e águas com sabores) e o restante através dos alimentos, como a fruta e legumes.
-
Evite o recurso excessivo aos concentrados de farelo (p.ex. o farelo de trigo) para conseguir a dose diária recomendada de fibras (30-40g). O consumo variado dos alimentos no seu estado natural resulta numa maior ingestão de nutrientes e fitoquímicos promotores de saúde, para além de evitar a eliminação de alguns minerais importantes (p.ex. o ferro, o zinco e o cálcio).
-
Note que no início de uma dieta com alto teor de fibras podem ocorrer efeitos colaterais indesejados, como a flatulência aumentada, cólicas ou mesmo diarreia. Aumentar a ingestão de fibra de forma progressiva ajuda a aliviar os sintomas anteriores.
-
Consulte o seu médico sempre que sentir algum dos seguintes sinais ou sintomas: alteração continuada do trânsito intestinal, aparecimento de sangue nas fezes, distensão anormal do abdómen, dor abdominal persistente e dores ao defecar. Evite também a auto-medicação com laxantes sem consulta médica.
-
Note que nos idosos (geralmente mais sedentários, com hábitos alimentares mais precários e com ingestão inadequada de água), nas crianças mais novas (em que não é invulgar a inibição do reflexo de defecar após o abandono das fraldas) e nas mulheres, especialmente nas grávidas (em que a compressão do útero sobre o intestino é maior), a incidência de obstipação é superior.
Image courtesy of Ohmega1982 / FreeDigitalPhotos.net